quinta-feira, 30 de março de 2017

Resenha do capítulo 1 do livro Educação e tecnologias o novo ritmo da informação

O que são tecnologias e por que elas são essenciais
No primeiro capítulo intitulado O que são tecnologias e por que elas são essenciais a autora Vani Kenski nos leva a um rico percurso sobre as tecnologias e como e por que elas estão tão presentes em nosso cotidiano. De maneira detalhada e atraente a autora nos apresenta tópicos sobre os quais refletimos a seguir.
Para iniciar, de maneira simples e direta, definiremos tecnologias e técnicas.  Processos que implicam em planejamento e construção de algo tratam de tecnologias, enquanto que, métodos de uso das tecnologias são técnicas. As tecnologias nos acompanham desde os tempos mais remotos. De modo geral, atualmente, estamos habituados às diversas tecnologias – telefone celular, geladeira, porteiro eletrônico, computador, e geralmente nos saímos mal ao passar um dia sem qualquer um destes. Mas nem sempre foi assim, as tecnologias foram se tornando mais complexas andando junto de nossa evolução enquanto sociedade.
As idades da pedra, do metal, etc., pontuaram também alterações tecnológicas, e tais alterações modificaram por completo nosso comportamento. Com a Revolução Neolítica, por exemplo, quando o homem passou a plantar (dominou o processo do plantio) e fixou morada (dominou o processo de planejar e construir proto-arquiteturas), foi reorganizada a estrutura hierárquica do trabalho. Deu-se conta, pela convivência e observação dos ciclos, da relação entre ato sexual e gravidez, o que significou a consciência primeira da “paternidade”, e uma primeira formulação da ideia de núcleo familiar.
Tecnologias podem ser utilizadas para salvar ou tirar vidas, e sim, são amplamente utilizadas para fazer guerras. Um bom exemplo seria a energia nuclear: ao mesmo tempo em que possibilita diagnósticos sofisticados de saúde por meio de imagens, por meio da bomba, permite homicídios em massa.
Conflitos e divisões – de maneira geral – como a Guerra Fria – são motores para o desenvolvimento de novas tecnologias e ou inovações tecnológicas. Neste contexto e de modo direto, a tecnologia está relacionada ao lado obscuro humano: vaidade, ambição, competitividade, dominação econômica e militar e logo, ao poder. No entanto, muitas das invenções advindas de pesquisas bélicas são popularizadas e facilitam sobremaneira nossas vidas – desde alimentos enlatados, suplementos alimentares ao forno de microondas, por exemplo.
É inegável a relação estabelecida entre o conhecimento, o poder e as tecnologias, que formam um tripé indissociável. Desde os tempos mais remotos, quem tem acesso ao conhecimento e produz tecnologias detém o poder. Observando a atualidade, podemos dizer isso especialmente em relação às tecnologias de comunicação e seu poder de convencimento e manipulação das massas, e das tecnologias bélicas, e seu poder de dominação pelo medo.
Não podemos deixar de observar que a convivência e o domínio do tecnológico passam pela educação e pela cultura. Pensemos num país onde crianças e jovens tem acesso não apenas à apropriação das tecnologias, mas ao processo de seu desenvolvimento e aprendizado de seu uso consciente e direcionado – possivelmente farão uso eficiente delas, e também poderão desenvolver efetivas inovações. Ou seja: também a educação é parte importante na manutenção do tripé conhecimento, poder e tecnologias.
De modo geral tendemos a ver a tecnologia como máquinas, é interessante então advertir que é bem mais próxima de nós: a linguagem, por exemplo, é uma construção imaterial, fruto de nosso intelecto, e se configura como tecnologia. Ela nos tem a ajudado a sobreviver e a evoluir, sem ela seria bastante difícil nos entendermos enquanto coletividade e em relação ao meio onde estamos inseridos.
Outro aspecto marcante relativo às tecnologias na sociedade é a construção da ficção, por meio de literatura, filmes e outros, de ideias apocalípticas envolvendo tecnologias – em geral robôs – que se misturam à humanidade e nos fazem temer relações homem-máquina. Podemos citar como exemplos: Blade Runner (1982, direção Ridley Scott), O exterminador do futuro (1984, direção James Cameron), O homem bicentenário (1999, direção Chris Columbus), Inteligência artificial (2001, direção Steven Spielberg), Minority Report (2002, direção Steven Spielberg), Ela (2013, Spike Jonze), Lucy (2014, direção Luc Besson) e Ex-Machina (2015, direção Alex Garland), entre outros. Muitos mostram robôs criados à nossa imagem e semelhança e até sentimentos (córtex sensitivo? Alma? Empatia?) ou até mesmo com traços de psicopatia (contém spoiler) como quando a moça robô incapaz de amar simula sentimentos, seduz o rapaz e o assassina para fugir da ilha onde é mantida presa como produto e objeto de estudo (em Ex-Machina). No fundo eles reproduzem aspectos humanos que seriam talvez mais fáceis de observar no outro (a máquina) – levando-se em conta que a máquina é criação/extensão do homem, como colocou MacLuhan.
Com todos estes interessantes e riquíssimos pontos levantados pela autora, resta-nos dizer que sempre que lidamos com o novo cabe cautela, recordamos aqui o caso da menina que ingeriu o césio em Goiânia nos anos 80. Mas também é necessário lembrar que as tecnologias são criações humanas, reflexos da nossa máquina pensante, extensões de nós, e que trazem inúmeros benefícios se utilizadas com consciência.

Acadêmicas:
Bruna Fernanda Ramos Marcolino RGM 091.393
Sara Cristiane Jara Grubert RGM 091.439

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