Na origem da psicanálise, últimos anos do século XIX, o
jovem médico austríaco Sigmund Freud, projeta-se com a proposição da libido a
partir das excitações somáticas, numa tentativa de explicar a angústia como uma
intoxicação neurótica. Em 1906, um outro jovem médico, o suíço Carl G. Jung,
interessadíssimo nas técnicas praticadas por Freud, envia-lhe seus estudos sobre
as associações verbais. Este ato marcou o início de uma estreita colaboração
entre eles por sete anos. À medida que, o tempo entrelaçava suas correspondências,
mais evidente ficava a incompatibilidade teórica em suas pesquisas. Apesar de
ainda sem conclusão, Freud se servia da sexualidade como âmbito primário para
explicação das motivações humanas, mas a possibilidade aberta por Jung de
aplicar a psicanálise à clínica das psicoses deixa Freud entusiasmado e investe
na parceria.
O conceito de sexualidade na teoria freudiana, escapa a noção restrita de genitalidade e a posição de Jung, não só permanecia
divergente como fez numerosas tentativas de neutralizar o papel da sexualidade,
não acreditando que a comunidade científica seria capaz de alcançar tal
compreensão com a devida abrangência. Jung por sua vez postulava que a libido poderia
ter como resultante uma energia não apenas da pulsão sexual. O início do
rompimento da colaboração de ambos se deu com a publicação do último capítulo
do livro Símbolos da Transformação da Libido, em 1912. Nele, Jung propunha que
ela, a libido, pudesse sofrer muitas transformações, alcançando formas
espirituais. Diante de tal declaração, Freud rompe definitivamente com Jung,
acusando-o de deturpar a teoria psicanalítica e de não ter entendido a
instância do inconsciente no psiquismo humano.
Jung continua presidindo a Associação Psicanalítica
Internacional criada por Freud, porém em meados de 1912, Ernest Jones que se
tornaria biógrafo oficial de Freud, lança mão da criação de um comitê secreto,
elaborado originalmente por Ferenczi, no intuito de proteger a teoria
psicanalítica e consequentemente Freud, pois entendiam que obra e autor, eram
inseparáveis.
Em sua primeira carta à Jung no ano de 1913, Freud propõe
que abandonassem de vez e por completo, suas relações pessoais. Freud diz nesta
correspondência, que “um homem não deve subordinar seus sentimentos pessoais aos
interesses gerais do seu ramo de empreendimentos”. A carta ainda revela seu
fracasso em convencer Jung de seus equívoco quanto a sua teoria, apesar de
elogiar por diversas vezes seu trabalho e obra. Assim, neste radical
posicionamento, Freud distingue, definitivamente, a psicanálise das teorias de
Jung.
Em 1914, Jung fora reeleito presidente da IPA por três
quintos dos presentes na reunião e se afasta pouco tempo depois.
Disciplina: Linguagem e Argumentação
Grupo: Alex, Carlos, Fabrycio, Fabiano, Juliano, Valdir
Disciplina: Linguagem e Argumentação
Grupo: Alex, Carlos, Fabrycio, Fabiano, Juliano, Valdir
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